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Do parto até mim. A Dança Tribal no meu puerpério

Logo depois que a Ísis nasceu, uma parte bem grande de mim desmoronou. Meu corpo se transformou de um jeito um pouco diferente daquele da gravidez com sua barriga mágica crescente e admirável. Todo o glamour da gravidez se foi, e em seu lugar estavam muitos quilos a mais, um cabelo fraco e sem vida, um rosto cansado de noites mal dormidas. Ao mesmo tempo, surgia uma força que desconhecia existir dentro de mim, algo que apesar das camadas mais superficiais do meu ser refletirem esgotamento, meu interior estava pleno com o poder da minha realização: minha filha em meus braços! Meio que sendo empurrada para um abandono de quem era, mergulhei fundo na maternidade e quase esqueci de mim . Digo quase por que mesmo durante aqueles dias em que nem pentear o cabelo eu penteava, uma parte de mim sofria em silêncio por aquele abandono.


Sentia saudades de me cuidar. De estar junto comigo neste nível mais elementar que é o corpo. Corpo este que por vezes senti não mais pertencer-me totalmente para assim servir ao fenômeno da vida. E neste momento, a dança mais uma vez fez sua mágica. Ao realizar aqueles movimentos com o meu corpo, uma força maior do que eu própria começava novamente a se movimentar. Sinto conectar-me a uma memória ancestral, com uma linhagem de mulheres que sou e também fui um dia, e acesso chaves de sabedoria que antes, apesar de já estarem lá, estavam ofuscadas e perdidas num mar de pensamentos e confusão, de listas de compras e louças para lavar. De repente, tudo novamente fica claro na consciência e me conecto com minha real essência feminina. Com meu ventre!


Daí o abandono começou a ser substituído por singelas, mas verdadeiras manifestações externas de um florescimento interno. A vontade de maquiagem nos olhos ou de um acessório no cabelo, um lenço na cintura, brotavam de um lugar mais profundo em mim. Voltei a me cuidar como quem decora um templo. Ao colocar-me em movimento, a dança faz o seu papel de me realinhar, de me reconectar com os fluxos de auto-confiança e auto-estima. Não apenas minha postura física melhorou, mas também minha postura frente aos desafios. Não apenas meus músculos ganharam tônus e contornos femininos, mas também minhas ações e realizações. Uma transformação além das palavras.


Percebo mais uma vez que aquilo que realizo na prática de Dança Tribal vem junto comigo no dia-a-dia, no modo de sentir meu corpo, de me comunicar com o profundo que existe em mim, e de também expressar essa profundidade, de modo que todos aqueles que me olham, conseguem ver mais do que uma mãe cansada. Pois eu sou muito mais do que uma mãe cansada! Eu tenho uma mensagem para compartilhar, uma luz para brilhar, e a dança alimenta esse ser interior.


Quando termino uma prática de dança, saio radiante e energizada, querendo compartilhar essa prática, que acredito ser medicina para corpo e mente, com todas aquelas que também buscam por estes momentos de estarem consigo mesmas e buscam encontrar novamente em seus corpos e mentes os templos de suas almas. E que, por fim, querem trazer para estes templos os mais belos ornamentos e mais saborosos alimentos.


Se você que chegou até aqui comigo se identificou de alguma forma com a vida que descrevi no pós-parto, e com a vontade de lidar com tudo isso de uma outra forma, então te convido a vir conhecer a Dança Tribal e se surpreender com esta misteriosa força que ela acessa. Ficarei feliz e honrada em compartilhar aquilo que sei com o intuito de auxiliar neste novo momento, neste renascer mãe. Se você não é mãe, mas conhece uma que pode se beneficiar desta prática, encaminhe este texto para ela!

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